Um mero descrente
Perde parte da
existência
Refutando
questionamento
Sobre sua
preferência
Da única vida que
acredita
Deve responder sem
ironia
O que sua alma faria
Na fatídica hora
maldita
Uma gargalhada de
criança
Um orangotango
esperto
Uma rosa no
deserto
Um amanhecer de
esperança
Com inspirações tão
comoventes
Não seria mais
inteligente
Indagar o ímpio
herege
Com um indício que se
preze?
Entre a treva e a
comédia
Escolher pela
tragédia
Não somente é um
equívoco
Quase beira o
ridículo
Por incompetência
persuasiva
O ateu pede perdão
E reflete em queda
livre
Se o sentido da
catarse
É o crer na
aeronave
Em memória póstuma
Deixará em manuscrito
Um poema em
redenção
Contestando o erudito
É propósito divino
Incitar a desavença
Do Senhor contra o
menino
Que não quer crê em
salvação?
Não seria
hipocrisia
Alguém ser convencido
Mesmo à revelia
Que será o escolhido?
Por que que Diabos é
repetido
Para contrapor uma
descrença
Que Deus prova
onipresença
Só na queda do
avião?
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