Sou sujeito sem muitos predicados
Meus objetos são indiretos
Às vezes ocultos, outras indeterminados
Contudo, sou substantivo
Quando quero fazer-me entender
Minhas palavras ficam entre vírgulas
Aposto do que quero dizer
Explico
Nunca tive vocação para vocativos
Nem sei o que quero ser
Acho tudo muito intransitivo
Pra responder tantos porquês
Mesmo que pareça pecado
Tenho dúvidas do sagrado
Minhas orações são insubordinadas
Sem lei e fé denominadas
Sou homônimo pro nome
Porém único, egoísta com remorso
Pronome possessivo
O seu meu é teu nosso
Num gesto digo muito
Tal instinto animal
Eu soletro sem palavras
No meu jeito não verbal
Meu artigo é indefinido
Nunca lido num jornal
Que me perdoem os instruídos (dependo do sentido)
Ò com crase não faz mal
Na grafia do meu fonema
Pronuncio meus dilemas
Escrevo um conto de criança
Pro adulto ter lembrança
Sou predicado sem sujeita
E não me sujeito a qualquer coisa
Se quiseres uma expressão
Atravesso o diálogo sem travessão
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
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