terça-feira, 20 de abril de 2010

Sem telha

O sonho ideal é modesto demais
Pra esvair-se em desejo latente de ser
Amigos sinceros e amores carnais
É tudo de um pouco que há de suster

A atividade obrigatória se torna banal
Pois não há interesse no propósito da lida
O que faz repensar o caminho atual
Altera o destino de toda uma vida

O mérito é ser sonhador no acaso
E não conformar-se com as causas da dor
É querer mais Sol, apesar do calor
Mergulhar bem fundo no rio mais raso

O que é produzido não é produtivo
Aos olhos de quem vislumbra arte
São artimanhas do tal capitalismo
Promete-nos o céu e nos joga no abismo

Um pássaro repensa a função de sua asa
Quando por cima das nuvens uma estrela acena
O céu é o limite depois de sua casa
Pois do fundo do ninho valerá mais a pena