sábado, 12 de dezembro de 2015

Transição

Por que não mudar o rito?
Fazer da ruptura um remendo
Transformar a dengue em dengo
E o perna de pau em Zico

Inundar o beijo
Com água na boca
Retribuir com gracejo
O sorriso da moça

Por que não trocar o rótulo?
Aceitar que criança
Nasceu com pirraça
A pisada no pé faz parte da dança

Vaidade é fagulha
Finge que apaga, disfarça-se em brasa
Com ciúme de Marte
Plutão fez selfie para Nasa

Por que não passar a página?
A lembrança é presente
Embrulhado em passado
Na cabeça da gente

Por que não virar a chave?
O desencontro de hoje
Arruína, solapa
Amanhã é outro dia
Em um barzinho na Lapa