Por que não mudar o rito?
Fazer da ruptura um remendo
Transformar a dengue em dengo
E o perna de pau em Zico
Inundar o beijo
Com água na boca
Retribuir com gracejo
O sorriso da moça
Por que não trocar o rótulo?
Aceitar que criança
Nasceu com pirraça
A pisada no pé faz parte da dança
Vaidade é fagulha
Finge que apaga, disfarça-se em brasa
Com ciúme de Marte
Plutão fez selfie para
Nasa
Por que não passar a página?
A lembrança é presente
Embrulhado em passado
Na cabeça da gente
Por que não virar a chave?
O desencontro de hoje
Arruína, solapa
Amanhã é outro dia
Em um barzinho na Lapa