quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Percurso

Anda distante da música
Da rima, da métrica
Passa de banda
Sem diálogo, sem réplica
Somente passa
Um passo depois outro
E mais outro...
Vai sem rumo
Caminha há alguns anos
Claudica de propósito
Faz parte dos seus planos
Ser destoante, ilógico
Vez ou outra (delirando)
Ouve vozes ao fundo
Vê um acorde voando
Sem destino, sem prumo
Um lampejo na memória
Relembra de alguns vícios
Tempos de oratória:
Um soneto de Vinícius
Divaga na noite
Fala sozinho
Relembra os amigos
E o faz com carinho
O tempo que escassa
É cruel, é destino
Feito ruga que aparece
No outrora menino
Feito culpa inexistente
De um ateu com o Divino
Lacrimeja e põe a culpa
No vento, no cisco
Tem medo, sussurra
A saudade é um risco
É preciso ser forte
Continuar o caminho
Pois o mínimo de afeto
É esperança, é um norte.