Não pode ser
normal
Achar comum
Um menino de
olhar triste
Pedir comida
e um trocado
Na cabeça de
quem tem fome
Pouco
importa se a ajuda
Vem do meu
bolso
Ou do Estado
Desconcertar
o favelado
É supor que
saibamos
O porquê de
suas mazelas
E a razão
dos seus pecados
Quiçá um dia
Seja
permitida a presunção
De lacrimejar
solução
E não chorar
utopia