Sou sujeito sem muitos predicados
Meus objetos são indiretos
Às vezes ocultos, outras indeterminados
Contudo, sou substantivo
Quando quero fazer-me entender
Minhas palavras ficam entre vírgulas
Aposto do que quero dizer
Explico
Nunca tive vocação para vocativos
Nem sei o que quero ser
Acho tudo muito intransitivo
Pra responder tantos porquês
Mesmo que pareça pecado
Tenho dúvidas do sagrado
Minhas orações são insubordinadas
Sem lei e fé denominadas
Sou homônimo pro nome
Porém único, egoísta com remorso
Pronome possessivo
O seu meu é teu nosso
Num gesto digo muito
Tal instinto animal
Eu soletro sem palavras
No meu jeito não verbal
Meu artigo é indefinido
Nunca lido num jornal
Que me perdoem os instruídos (dependo do sentido)
Ò com crase não faz mal
Na grafia do meu fonema
Pronuncio meus dilemas
Escrevo um conto de criança
Pro adulto ter lembrança
Sou predicado sem sujeita
E não me sujeito a qualquer coisa
Se quiseres uma expressão
Atravesso o diálogo sem travessão
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oi Senhor "sujeito" rsrsrs, para variar adorei o texto
ResponderExcluirmil beijos
Grazi
Também não tenho vocação para invocar objetos sem objetivos, e já cansei da transitar na falta de subjetividade dos apostólicos. A maior beleza está na dúvida e o meu de ninguém pode ser apenas um nosso. A língua portuguesa é uma caixa de possibilidades infitinitas e nada melhor que um jogo de palavras para expressar o abstrato! Vou te dar uma dica, já que vi que você realmente escreve bem..rs Eu estou num site chamado "Jornal de Poesia". É bem legal, dá pra trocar idéias com pessoas que tb gostam de pensar..rs Entra lá! E parabéns.. "adorei o texto" hehehehhe Aparece!
ResponderExcluiraeeee dois comentários no blog!! uhuuu agora três!! :-D
ResponderExcluirEu sou o sujeito oculto, vim aqui pra fazer uma oração coordenada sintética contigo.
ResponderExcluirAbraço
...
ResponderExcluirVc é msm mt complexo!!!!
Só pra te lembrar, vc continua sendo meu preferido(alias, vc e cazuza)!!!
Seus textos me deixam envergonhada de ainda ter coragem de escrever...
Bjus, querido!
Às vezes, eu escrevo. Um dia escrevi que era apenas "um sujeito sem muitos predicados". Só depois fui ver se alguém tinha dito algo parecido. Então, encontrei este texto maravilhoso, que devo publicar em breve com os devidos créditos.
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